PEPETELA
Um dos maiores nomes da literatura angolana, Artur Carlos Maurício Pestana dos Santos, mais conhecido como Pepetela, nasceu no dia 29 de outubro de 1941 em Angola, na região litorânea de Benguela. Sua família tinha raízes fincadas entre os colonos deste país da África, porém seus pais já eram angolanos de nascimento.
Pepetela realiza seus primeiros estudos, o Primário e parte do Secundário, em sua terra natal, onde permaneceu até 1956. Logo depois partiu para Lubango, pois só aí teve a possibilidade de completar seus estudos, no Liceu Diogo Cão, seguindo posteriormente para Lisboa, com o objetivo de cursar o Instituto Superior Técnico.
Na capital portuguesa ele também integrou a Casa dos Estudantes do Império, principiando desta forma sua trajetória política e literária. Entre outras atividades, ele se torna um dos criadores do Centro de Estudos Angolanos, o qual integra enquanto representante do MPLA.
Em 1960 o futuro escritor entrou na Faculdade de Engenharia, mas logo em seguida optou por Letras, para depois de um ano decidir-se pela carreira política, ingressando, em 1963, no MPLA – Movimento Popular para a Libertação de Angola. Esta escolha subverteria completamente seu futuro, pois as experiências conquistadas no testemunho direto da história angolana inspirariam sua obra e sua própria trajetória existencial.
Durante algum tempo Pepetela é obrigado a buscar abrigo na França e na Argélia. Mas após a tão desejada libertação de Angola, o romancista retorna, em 1975, para seu país, assumindo o cargo de Vice-Ministro da Educação, sob a liderança do Presidente Agostinho Neto.
Ele acaba se licenciando em Sociologia na Universidade de Argel, o que lhe permite, após a deserção do caminho político, optar pela docência na Faculdade de Arquitetura de Luanda. A partir de então ele passa a ministrar aulas e, ao mesmo tempo, a desenvolver sua carreira literária, a qual somente ganha impulso depois da Independência.
Boa parte de sua obra só foi lançada depois de seu retorno do exílio. Entre seus livros mais importantes estão Muana puó (1978), As aventuras de Ngunga (1979), Mayombe (1980), A geração da utopia (1992), Parábola do cágado velho (1996), A gloriosa família (1997). O conteúdo deles gira especialmente em torno da história de seu país, tanto a mais distante, quanto a recente trajetória social e política.
Pepetela atinge o auge de sua carreira literária em 1997, quando conquista o Prêmio Camões, um dos mais renomados e desejados pelos escritores que professam a língua portuguesa, pela totalidade de sua produção. Antes disso, porém, já recebera o Prémio Nacional de Literatura de Angola pela obra Mayombe. Este reconhecimento o consagra como um nome significativo da literatura contemporânea do idioma português.
O autor africano permanece até hoje em Lisboa. Em seu currículo constam também lideranças importantes na esfera cultural, principalmente na União dos Escritores Angolanos e na Associação Cultural e Recreativa Chá de Caxinde.
CLARICE LISPECTOR
Clarice Lispector, (1920-1977) foi uma escritora e jornalista brasileira, de origem judia, foi reconhecida como uma das mais importantes escritoras do século XX. "A Hora da Estrela" foi seu último romance, publicado em vida.
Clarice Lispector (1920-1977) nasceu em Tchetchelnik, na Ucrânia, no dia 10 de dezembro de 1920. Filha de família de origem judaica, seu pai Pinkouss e sua mãe Mania Lispector emigraram para o Brasil em março de 1922, para a cidade de Maceió, Alagoas, onde morava Zaina, irmã de sua mãe. Nascida Haia Pinkhasovna Lispector, por iniciativa do seu pai todos mudam de nome e Haia passa a se chamar Clarice.
Em 1925 muda-se com a família para a cidade do Recife onde Clarice passa sua infância no Bairro da Boa Vista. Aprendeu a ler e escrever muito nova. Estudou inglês e francês e cresceu ouvindo o idioma dos seus pais o iídiche. Com 9 anos fica órfã de mãe. Em 1931 ingressa no Ginásio Pernambucano, o melhor colégio público da cidade.
Em 1937 muda-se com a família para o Rio de Janeiro, indo morar no Bairro da Tijuca. Ingressa no Colégio Sílvio Leite, onde era frequentadora assídua da biblioteca. Ingressa no curso de Direito. Com 19 anos publica seu primeiro conto "Triunfo" no semanário Pan. Em 1943 forma-se em Direito e casa-se com o amigo de turma Maury Gurgel Valente. Nesse mesmo ano estreou na literatura com o romance "Perto do Coração Selvagem", que retrata uma visão interiorizada do mundo da adolescência e teve calorosa acolhida da crítica, recebendo o Prêmio Graça Aranha.
Clarice Lispector acompanha seu marido em viagens, na carreira de Diplomata do Ministério das Relações Exteriores. Em sua primeira viagem para Nápoles, Clarice trabalha como voluntária de assistente de enfermagem no hospital da Força Expedicionária Brasileira. Também morou na Inglaterra, Estados Unidos e Suíça, sempre acompanhando seu marido.
Em 1949 nasce na Suíça seu primeiro filho, Pedro e em 1953 nasce nos Estados Unidos o segundo filho, Paulo. Em 1959 Clarice se separa do marido e retorna ao Rio de Janeiro acompanhada de seus filhos. Logo começa a trabalhar no Jornal Correio da Manhã, assumindo a coluna "Correio Feminino". Em 1960 trabalha no Diário da Noite com a coluna "Só Para Mulheres" e nesse mesmo ano lança "Laços de Família", livro de contos que recebeu o Prêmio Jabuti da Câmara Brasileira do Livro. Em 1961 publica "A Maçã no Escuro" pelo qual recebe o prêmio de melhor livro do ano em 1962.
Em 1966 Clarice Lispector sofre várias queimaduras no corpo e na mão direita enquanto dormia com um cigarro aceso. Passa por várias cirurgias e vive isolada, sempre escrevendo. No ano seguinte publica crônicas no Jornal do Brasil e lança "O Mistério do Coelho Pensante". Passa a integrar o Conselho Consultivo do Instituto Nacional do Livro. Em 1969 já tinha perto de doze volumes publicados. Recebeu o prêmio do X Concurso Literário Nacional de Brasília.
As melhores prosas da autora se mostra nos contos de "Laços de Família" (1960) e de "A Legião Estrangeira" (1964). Em obras como "A Maçã no Escuro" (1961), "A Paixão Segundo G.H." (1961) e "Água-Viva" (1973), os personagens alienados e em busca de um sentido para a vida, adquirem gradualmente consciência de si mesmos e aceitam seu lugar num universo arbitrário e eterno.
Em 1977 Clarice Lispector escreveu "Hora da Estrela" onde conta a história de Macabéa, uma moça do interior em busca de sobreviver na cidade grande. A versão cinematográfica desse romance, dirigida por Suzana Amaral em 1985, conquistou os maiores prêmios do festival de cinema de Brasília e deu à atriz Marcélia Cartaxo, que fez o papel principal, o troféu Urso de Prata em Berlim em 1986.
Clarice Lispector morreu no Rio de Janeiro, no dia 9 de dezembro de 1977. Seu corpo foi sepultado no cemitério Israelita do Caju.
Obras de Clarice Lispector
Perto do Coração Selvagem, romance, 1944
O Lustre, romance, 1946
A Cidade Sitiada, romance, 1949
Alguns Contos, conto, 1952
Laços de Família, conto, 1960
A Maçã no Escuro, romance, 1961
A Paixão Segundo G.H., romance, 1961
A Legião Estrangeira, conto, 1964
O Mistério do Coelho Pensante, literatura infantil, 1967
A Mulher Que Matou os Peixes, literatura infantil, 1969
Uma Aprendizagem ou Livro dos Prazeres, romance, 1969
Felicidade de Clandestina, conto, 1971
Água Viva, romance, 1973
Imitação da Rosa, conto, 1973
A Via Crucis do Corpo, conto, 1974
A Vida Íntima de Laura, literatura infantil, 1974
A Hora da Estrela, romance, 1977
ANTÓNIO LOBO ANTUNES
António Lobo Antunes nasceu em Lisboa no dia 1 de setembro de 1942 e é atualmente considerado como um dos mais importantes autores da literatura portuguesa dos séculos XX e XXI.
Lobo Antunes licenciou-se em Medicina, tendo-se especializado em Psiquiatria. Foi destacado para Angola durante a fase final da Guerra Colonial portuguesa, entre os anos de 1970 e 1973.
Foi a esta experiência na guerra que Lobo Antunes foi buscar grande parte da inspiração para redigir os seus livros.
Após regressar a Portugal, Lobo Antunes foi trabalhar para o Hospital Psiquiátrico de Miguel Bombarda, em Lisboa. Em 1980, Lobo Antunes inscreveu-se como militante da Aliança Povo Unido (APU), uma coligação liderada pelo Partido Comunista Português (PCP).
Atualmente, Lobo Antunes encontra-se a residir em Lisboa e dedica-se exclusivamente à escrita.
Temáticas de António Lobo Antunes
Grande parte dos livros de António Lobo Antunes estão relacionados com o processo que se desencadeou entre a passagem do fim do Estado Novo até ao momento da implantação da Democracia em Portugal.
Nesse tema englobam-se assuntos como o fim da Guerra Colonial, o fim daquele mundo burguês que existia até então e que era marcado por uma série de valores conservadores e retrógados, os problemas da mudança social rápida que ocorreu com o 25 de Abril de 1974 e a consequente instabilidade a nível político vivida em Portugal.
Todo esse processo teve sérias implicações ao nível das relações familiares, sendo assim abordado nos romances de Lobo Antunes, onde são retratadas famílias disfuncionais onde não existem referências e onde a comunicação entre os membros da família é escassa ou nula.
Os seus romances são inclusivamente marcados por personagens anti-heróis que são pessoas exercendo profissões liberais, oriundas das chamadas “boas famílias”.
No ano de 1979, António Lobo Antunes publicou os seus primeiros dois livros: “Memória de Elefante” e “Os cus de Judas”.
No ano seguinte, em 1980, publicou o livro “Conhecimento do Inferno”.
Estes três primeiros livros são principalmente biográficos, estando muito ligados ao contexto da guerra colonial.
Estes livros tornaram Lobo Antunes imediatamente num dos autores contemporâneos mais lidos e discutidos, não só a nível nacional, mas também a nível internacional.
São também de sua autoria as obras:
Auto dos Danados
Fado Alexandrino
As Naus
Explicação dos Pássaros
O Manual dos Inquisidores
Tratado das Paixões da Alma
A Ordem Natural das Coisas
A Morte de Carlos Gardel
O Esplendor de Portugal
Não Entres Tão Depressa Nessa Noite Escura
Exortação aos Crocodilos
Que Farei Quando Tudo Arde
Boa Tarde às Coisas Aqui em Baixo
Ontem Não te Vi em Babilónia
Eu Hei-de Amar uma Pedra
O Meu Nome é Legião
e ainda três volumes de crónicas
Ao longo dos anos, todo o seu trabalho literário tem sido utilizado nos mais diversos estudos académicos.
Além disso, Lobo Antunes tem recebido vários prémios nacionais e internacionais, entre os quais o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa, por duas vezes, e também o Prémio Europeu de Literatura, na Áustria, o Prémio Ovídio, na Roménia, Prémio Internacional de Literatura da União Latina, em Roma, o Prémio Rosalía de Castro, na Galiza, o Prémio Jerusalém de Literatura, o Prémio Ibero-americano das Letras José Donoso e ainda o Prémio Camões.
Estilo Literário de António Lobo Antunes
O estilo de escrita de António Lobo Antunes reflete uma escrita densa em que o leitor necessita fazer um certo esforço e ter alguma concentração a fim de melhor entender. Um exemplo disso, são as comuns mudanças de narrador a meio da escrita, o que pode provocar no leitor a perda da linha de raciocínio.
No entanto, apesar de não optar por um estilo de escrita de fácil leitura, ainda assim, Lobo Antunes é um fenómeno de vendas, sendo muito lido um pouco por todo o mundo, mas principalmente ao redor do continente europeu.
CLAUDIA GRAY
É o pseudónimo da escritora Amy Vincent, que nasceu em 12 de junho de 1970 e que hoje vive em Chicago.
Amy trabalhou como advogada, disc-jockey e, em tempos, foi uma garçonete extremamente mal remunerada, apenas para citar alguns.
Hoje é escritora em tempo integral.
Gosta especialmente de passar o tempo viajando, fazendo trilha, lendo e ouvindo música. Mais do que tudo, ama escrever!
O interesse que sempre teve por casas antigas, filmes clássicos, estilo vintage e a História teve um papel fundamental na criação do mundo de Evernight, oucomo muitos conhecem aqui no Brasil Noite Eterna.
Mundo, sim, porque Evernight é uma série que já conta com quatro volumes:
Evernight - Noite Eterna,
Stargazer - Caçadora de Estrelas,
Hourglass - Névoa do Tempo e
Afterlife - Pós Vida (nome não oficial no Brasil)
J. D. ROBB
Nora Roberts há muito que queria escrever romances policiais com elementos românticos, dentro do género de Mary Stewart, mas, seguindo as fortes indicações do seu agente, concentrou-se em literatura contemporânea romântica, enquanto ia construindo uma legião de seguidores.
Após se mudar para Putnam, em 1992, a editora não tardou a constatar que era incapaz de acompanhar os resultados prolíficos de Roberts. Sugeriram-lhe que adoptasse um segundo pseudónimo, de forma a poderem publicar cada vez mais trabalhos seus. A sua agente, Amy Berkover, convenceu os editores a deixarem-na escrever romances com elementos de suspense sob esse novo nome.
O seu primeiro romance policial foi publicado em 1995, sob o pseudónimo J.D. Robb. As iniciais "J.D." estão relacionadas com os seus dois filhos, Jason e Dan, enquanto que "Robb" é uma forma abreviada de Roberts. De início, ela tinha decidido usar o pseudónimo D.J. MacGregor, mas, pouco tempo antes da publicação, descobriu que este pseudónimo já era utilizado por um outro autor.
Enquanto J.D. Robb, Roberts publicou uma série de policiais futuristas com elementos de ficção científica. Estes livros, todos eles parte da série "In Death", apresentam-nos a Detective Eve Dallas, do Departamento de Polícia de Nova Iorque, e o seu marido Roarke, passando-se a acção numa Nova Iorque em pleno século XXI.
Apesar da ênfase dada à resolução de um crime em cada um dos livros, o tema geral da série é o desenvolvimento da relação entre Eve e Roarque. Quando a série "In Detah" foi iniciada, nem Roberts nem o seu editor publicitaram que era ela a autora. Pretendiam assim deixar que a série ganhasse mérito por si só, construindo a sua própria legião de fãs. Assim foi, e quando os leitores descobriram que Roberts era, na verdade, Robb, não houve grandes protestos.
BERTOLT BRECHT
Bertolt Brecht (1898-1956) foi um dramaturgo, romancista e poeta alemão, criador do teatro épico anti aristotélico. Sua obra fugia dos interesses da elite dominante, visava esclarecer as questões sociais da época.
Euger Berthold Friedrich Brecht (1898-1956) nasceu em Augsburg, no estado da Baviera, na Alemanha, no dia 10 de fevereiro de 1898. Começou a escrever ainda jovem, publicou seu primeiro texto em um jornal em 1914. Cursando Medicina, trabalhou em um hospital em Munique durante a Primeira Guerra Mundial. A paixão pelo teatro impulsionou a vida de Brecht. Em 1918 escreveu as peças “Tambores da Noite” e “Baal”, que foram encenadas em Munique.
Em 1919 Bertolt Brecht ingressou no Partido Independente Socialista. Em 1923 casou-se com Marianne Zoff, com que teve uma filha. Em 1924 escreveu “O Homem é um Homem”. Em 1927 mudou-se para Berlim, onde entrou em contato com críticos que lhe chamaram a atenção para o teatro contemporâneo. Conheceu o músico Kurt Weul e juntos criaram a “Ópera dos Três Vinténs” (1928), que fez grande sucesso.
O período seguinte foi bastante produtivo, escreveu as peças: “Happy End” (1929), “Santa Joana dos Matadouros” (1929), “A Mãe” (1930), entre outras.
Bertolt Brecht tinha fortes influências marxistas, o que fez de seu teatro uma forma de conscientização do povo para questões da sua própria realidade. Na peça “Mãe Coragem e Seus Filhos”, apresenta as questões da guerra e do capitalismo através de uma mulher que, para sobreviver como ambulante precisava que a guerra continuasse.
Em 1933, com a perseguição nazista, Brecht exilou-se na Suíça, depois em Paris e na Dinamarca. Nessa época escreveu “Terror e Miséria do Terceiro Reich” (1935) e “A Vida de Galileu” (1937), onde tem seu trabalho amadurecido, conseguindo fundir a análise sociológica com a psicologia do ser humano.
Em 1941, com a invasão da Dinamarca pelos alemães, Bertolt Brecht se exilou em Nova York. Em 1947, dois anos após a Segunda Guerra Mundial, retornou para Berlim. Em 1948 publicou o livro “Estudos Sobre Teatro”, onde apresenta a teoria do teatro épico. Em 1949, com o apoio do governo da Alemanha Oriental, Bertolt Brecht fundou uma companhia de teatro a “Berliner Ensemble”, que montava principalmente as suas peças.
Bertolt Brecht faleceu em Berlim, Alemanha, de ataque cardíaco, no dia 15 de agosto de 1956.
MARIA VALÉRIA REZENDE
Maria Valéria Rezende nasceu em 1942, em Santos (SP), onde morou até os 18 anos. Em 1965 entrou para a Congregação de Nossa Senhora - Cônegas de Santo Agostinho. Sempre se dedicou à educação popular, primeiro na periferia de São Paulo e, a partir de 1972, no Nordeste. Viveu no meio rural de Pernambuco e da Paraíba e, desde 1986, mora em João Pessoa. Já esteve em Angola, Cuba, França e Timor, entre outros países, convidada a falar sobre seus projetos sociais. Maria Valéria estreou na ficção em 2001, com o livro de contos Vasto mundo. Depois, escreveu livros infanto-juvenis e o elogiado romance O Voo da guará vermelha. A autora, que costura referências das culturas erudita e popular, “é uma revelação em nossas letras”, como disse Frei Betto.
A experiência de Maria Valéria com a dor do analfabetismo e também com a educação de jovens e adultos foi o mote para O voo da guará vermelho. “Uma personagem se apaixona por aprender a ler e a outra descobre um sentido para sua vida, ensinando”. A autora constrói no livro o encontro de Irene, uma nordestina que vira prostituta em São Paulo, com Rosálio, um servente pedreiro. Dona de uma escrita inventiva e conhecedora da realidade de “Rosálios” e “Irenes”, Maria Valéria fez uma obra poética e forte, que dispensa trivialidades.
Nos contos de Vasto mundo, seu primeiro livro, Maria Valéria apresenta “causos” do povo nordestino, em que trata de amores e dores, da geografia local e da crença fácil no que transcende o explicável. A autora também escreve para crianças e jovens, tanto poemas quanto histórias ficcionais, em que aborda temas como o medo, a lealdade e as relações sociais, sempre com humor e criatividade.
Obras
Romances
O Voo da Guará Vermelha (182 págs.) – 2005, 2014, Objetiva
Quarenta Dias (248 págs.) - 2014, Alfaguara
Outros Cantos (152 págs.) - 2016, Alfaguara
Contos & Crônicas
Modo de Apanhar Pássaros à Mão (136 págs.) - 2006, Objetiva
Uma Aventura Animal / il. Luyse Costa (64 págs.) - 2013, Editora DSOP
Vasto Mundo (168 págs.) – 2001, 2015, Alfaguara
Infantil & Juvenil
O Arqueólogo do Futuro (63 págs.) - 2006, Planeta (direitos revertidos)
O Problema do Pato (48 págs.) - 2007, Planeta (direitos revertidos)
No Risco do Caracol / il. Marlette Menezes (32 págs.) - 2008, Autêntica
Conversa de Passarinhos – Haikais para crianças, co-autora: Alice Ruiz / il. Fê (80 págs.) - 2008, Iluminuras
Histórias daqui e d'acolá / il. Diogo Droschi (96 págs.) – 2009, Autêntica
Hai-Quintal - Haicais descobertos no quintal / il. Myrna Maracajá (40 págs.) – 2011, Autêntica
Ouro Dentro da Cabeça / il. Diogo Droschi (104 págs.) - 2012, Autêntica
Jardim de Menino Poeta (32 págs.) / il. Maurício Veneza - (2012), Planeta (direitos revertidos)
Vampiros e outros sustos / il.: Rubem Filho (80 págs.) - 2013, Dimensão
Edições Estrangeiras
Espanha / Catalão: O Vôo da Guará Vermelha (El vol de l’ibis roig) - 2008, Club Editor 1984, sl. (direitos revertidos)
Espanha: O Vôo da Guará Vermelha (El vuelo de la ibis roja) – 2008, Alfaguara (direitos revertidos)
França: O Vôo da Guará Vermelha (Le vol de l'ibis rouge) – 2008, Éditions Métailié
França: Vasto Mundo – (no prelo), Anacaona
Portugal: O Vôo da Guará Vermelha – 2007, Oficina do Livro (direitos revertidos)
Prêmios
Altamente Recomendável, FNLIJ, 2007, por Modo de apanhar pássaros à mão
Prêmio Jabuti, Câmara Brasileira do Livro, Literatura Infantil, 2009, por No Risco do Caracol
Finalista do Prêmio Jabuti, Câmara Brasileira do Livro, Categoria Juvenil, 2009, por Conversa de Passarinhos
Ouro Dentro da Cabeça - 3º Lugar, Categoria Juvenil - Prêmio Jabuti, CBL - 2013
Prêmio Jabuti, Câmara Brasileira do Livro: Quarenta dias – 1º Lugar, Categoria Romance – 2015
VLADIMIR NABOKOV
Vladimir Nabokov (1899-1977) foi um escritor russo, naturalizado americano, autor do romance “Lolita”, obra que gerou muita polêmica entre os leitores, mesmo sendo aclamada pelos críticos.
Vladimir Nabokov (1899-1977) nasceu em São Petersburgo, hoje Leningrado, Rússia, no dia 23 de abril de 1899. Filho de uma família abastada teve uma professora francesa e uma governanta inglesa, tornando-se trilíngue antes mesmo de ler e escrever em russo. Ainda na adolescência, começou a escrever suas primeiras poesias. Foi aluno da Tenishev school, em São Petersburgo, e com a ajuda do professor de literatura, ainda com 17 anos, teve seu primeiro livro publicado, “Poems” (1916), uma coleção com 68 poemas escritos em russos.
Dois anos após a Revolução Russa de 1918, Nabokov e sua família partiram para a Inglaterra. Nesse mesmo ano, já havia publicado sua segunda coleção de versos, “Tho Paths” (1918). Na Inglaterra, ingressou no Trinity College, em Cambridge e depois de breve passagem pelo curso de zoologia, diplomou-se em literatura russa e francesa, como o primeiro da classe, em 1922.
Depois de formado, Nabokov mudou-se para Berlim, Alemanha, para onde sua família se transferiu, dois anos antes, e onde seu pai havia fundado um jornal. Em março de 1922, seu pai foi assassinado por um monarquista russo, no momento em que tentava proteger o verdadeiro alvo, Palev Milyukov, um líder do Partido Constitucional Democrata, que estava exilado em Berlim.
Após a morte de seu pai, sua mãe e sua irmã se mudam para Praga. Nabokov permanece em Berlim, quando viveu os tempos mais difíceis de sua vida, mas que escreve a maior parte de sua obra. Durante os 15 anos que passou em Berlim, ele sobreviveu como professor de línguas, literatura, boxe e tênis. Dedicou-se também ao estudo de borboletas e acabaria deixando seu nome e uma delas, Lycaeides melissa samuelis Nabokov.
Em 1925, casa-se com Vera Slonim, com quem teve seu único filho, Dmitri, que nasceu em 1934. Em 1937, Nabokov deixou a Alemanha e seguiu para a França, onde reuniu sua família. Em maio de 1940, fugindo das tropas alemãs que avançavam rumo à França, e junto com a família partiu para os Estados Unidos, a bordo do SS Champlain.
Nos Estados Unidos, estabeleceram-se em Manhattan e Nabokov começou um trabalho voluntário no Museu Americano de História Natural. Em 1941 foi nomeado professor residente de literatura comparada no Wellesley College. Em 1945 tornou-se cidadão americano. Lecionou literatura russa e europeia na Universidade de Cornell. Nessa época, escreveu sua polêmica obra “Lolita” (que virou sinônimo de atração sexual precoce) cuja personagem tinha 12 anos, e o quarentão Humbert Humbert, era submetido a tormentos eróticos e que, por sua vez, dela se aproveitava para liberar fantasias e neuroses. O romance foi recusado por vários editores, e finalmente publicado em Paris e só três anos mais tarde em Nova Iorque.
Lolita tirou Vladimir Nabokov do anonimato, e após o sucesso financeiro da obra, o autor retornou para a Europa, em 1961, se instalou em Montreux, Suíça e se dedicou exclusivamente à escrita. Nos últimos anos de vida, se refugiou no Montreux Palace Hotel e escrevia ao romance “O Original de Lana”. Durante 18 meses, sofreu com uma doença infecciosa que o levou à morte, ao lado de sua mulher Vera e seu filho Dmitri.
Vladimir Nabokov faleceu em Montreux, Suíça, no dia 2 de julho de 1977.
ALLAN MASSIE
Cresceu em Aberdeenshire na Escócia e foi educado na Inglaterra estudando em Glenalmond e no Trinity College, em Cambridge, onde se formou e passou a lecionar História. Também morou e lecionou durante vários anos na Itália. Atualmente é resenhista-chefe do The Scotsman, colunista do Daily Telegraph e do Spectator, membro da Real Sociedade de Literatura e juiz do Prémio Man Booker. Autor prolífico, já publicou mais de 30 livros, incluindo 19 novelas, destacando-se especialmente pela popularidade alcançada por seus romances históricos.
Um grande admirador de Sir Walter Scott e do russo Andreï Makini, Massie mora com sua esposa Allison e seus três filhos na cidade de Selkirk, na fronteiro escocesa, onde vive há 25 anos.
Obras
Change and Decay in All Around I See (1978)
Muriel Spark (1979)
I'll Met by Moonlight: Five Edinburgh Murders (1980)
The Last Peacock (1980)
The Death of Men (1981)
The Caesars (1983)
A Portrait of Scottish Rugby (1984)
Eisenstaedt: Aberdeen, Portrait of a City (1984)
One Night in Winter (1984)
Augusto: O Imperador Deus (1986)
Colette - uma biografia - no original Colette: The Woman, the Writer, and the Myth (1986)
101 Great Scots (1987)
Byron's Travels (1988)
How Should Health Services Be Financed? A Patient's View (1988)
A Question of Loyalties (1989)
Glasgow (1989)
The Hanging (1990)
Scotland and Free Enterprise (with Ewan Marwick and Douglas C. Mason) (1991)
The Sins of the Father (1991)
Tibério: As Memórias do Imperador (1991)
César (1993)
These Enchanted Woods (1993)
Edinburgh (1994)
The Ragged Lion (1994)
Rei Davi (1995)
Marco Antônio e Cleópatra (1997)
Shadows of Empire (1997)
Os Herdeiros de Nero (1999)
O Crepúsculo do Mundo (2001)
Rei Artur (2003)
Calígula (2004)
The Thistle and the Rose: Six Centuries of Love and Hate Between Scots and English (2005)
Scottish Cultural Identity (2006)
Charlemagne and Roland (2007)